quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Tecnologias simples ajudam a economizar água e energia no banheiro

Por Redação Akatu

Novidades, recém chegadas ao mercado, podem ajudar consumidores conscientes a diminuir as quantidades de água e energia usadas no banheiro, sem fazer muito esforço. São produtos que funcionam de forma simples e surtem um bom efeito.
No banheiro, um dos principais desperdícios é a quantidade de água gasta cada vez que acionamos o botão da descarga. Dois novos lançamentos chegaram para diminuir o desperdício.
A Roca passou a comercializar uma bacia equipada com sistema de descarga com um duplo botão de acionamento. Dessa forma é possível selecionar um fluxo de 3 ou de 6 litros. Segundo cálculos da empresa, a economia poderá chegar a 60% dos gastos cotidianos de água nesta tarefa.
O produto recebeu o Prêmio Planeta Casa 2007, promovido pela revista Casa Claudia, que seleciona inovações do setor de casa e construção que contribuam para a promoção da sustentabilidade e para a conservação ambiental, com o qual o Akatu contribui desde que foi instituído há alguns anos. De acordo com a assessoria de imprensa da Roca, além do novo modelo, todas as bacias fabricadas pela empresa têm a preocupação com a redução do consumo de água.
Assim como a Bacia de descarga dupla da Roca, a nova válvula HydraDuo, da Deca, também permite controlar o volume de água da descarga, com opção de lançamento de 3 litros de água, quando os resíduos são apenas líquidos, e 6 litros para descarga completa.
O fabricante indica uma economia de cerca de 40% nesta função com a utilização do novo produto. A diferença entre os modelos da Roca e da Deca é que o primeiro funciona com descarga de caixa acoplada e o da Deca é uma válvula embutida na parede.
Reciclador água
Outra novidade, com um toque regional, é o recuperador de calor para chuveiros elétricos, desenvolvido pelo tecnólogo José Geraldo de Magalhães, de Minas Gerais. A invenção, de patente nacional, promete economizar 44% dos gastos em energia elétrica no banho e acima de 20 % no total de gastos com energia nas residências.
A economia acontece porque o sistema permite reutilizar o calor gerado durante o próprio banho. “O aparelho é um reciclador de energia”, define Magalhães. O sistema funciona como o barril de chopp que gela a cerveja. Antes de ir para o chuveiro, a água vem pelo encanamento e passa por uma serpentina que está dentro de uma caixa no chão do banheiro. Essa caixa faz o papel do barril, só que em vez de conter gelo, ela contém a água que já foi usada no banho, escorreu pelo ralo e ficou armazenada na caixa. Ou seja, o sistema aproveita o calor da água que vai para o ralo para aquecer a água que está indo para o chuveiro. Desse modo, quando a água limpa chega ao chuveiro, ela já está morna e vai demandar menos energia para ficar quente, no ponto ideal para quem está tomando banho.
A caixa é uma estrutura de plástico reforçado, que mede 58 cm de diâmetro e 4 cm de altura. Ela contém um trocador de calor feito de alumínio, na forma de um encanamento em espiral, que recupera o calor da água quente do banho e aquece, em cerca de 20 segundos, a água limpa no interior do cano. “A água que sai do banho ainda tem energia em forma de calor que literalmente é perdida pelo ralo”, explica o inventor. Com o recuperador, a água quente é reaproveitada.
O novo sistema é produzido pela empresa Rewatt Ecológica, da qual o inventor é sócio, e já está sendo comercializado em projeto social desenvolvido pela CEMIG (Companhia de Energia de Minas Gerais) que prevê a distribuição de 7.000 kits para famílias de baixa renda. Mas, em breve, ele estará disponível para o consumidor comum. “O produto deve estar nas prateleiras no ano que vêm”, afirma Magalhães.
Economizar energia é uma das principais preocupações hoje no país, e em todo o mundo. Segundo um estudo divulgado em julho pelo Instituto Acende Brasil, que representa investidores em energia elétrica, o risco de faltar energia na casa dos brasileiros em 2011 chega a 32%. No outro lado da moeda, de acordo com a agência internacional de energia (IEA), o consumo energético do mundo aumentará em 50% até 2030. Equilibrar oferta e demanda, portanto, é um grande desafio daqui para frente.
Com a água, a preocupação não é muito diferente. Da mesma forma que a energia, o uso da água também precisa ser racionalizado, em especial nos grandes centros urbanos, onde os mananciais não dão conta de atender a população, que não pára de crescer.
Na hora de evitar desperdícios de água e energia, novas tecnologias ajudam, mas é fundamental não esquecer a importância da mudança de atitudes quando utilizamos os recursos do planeta – ou mesmo nosso dinheiro. Um bom exemplo vem do hábito simples de fechar a torneira quando escovamos os dentes. Se 1 milhão de pessoas fechassem a torneira para escovar os dentes durante um mês, a quantidade de água economizada seria o equivalente a cerca de 12 minutos da água que cai pelas Cataratas do Iguaçu – realmente um volume considerável. Imagine, então, a economia conseguida se todos os 10,4 milhões de habitantes da cidade de São Paulo adotassem esse comportamento, no seu cotidiano.
Pensando no bolso, uma família gasta, em média, no Brasil, cerca de R$ 13,85 por mês com a conta de água e esgoto, ou R$166,2 por ano (fonte: IBGE). Parece pouco, mas se a família economizar 20% do consumo e aplicar esse valor mensalmente, vai acumular, ao final de 5 anos, quase mil reais, considerando as taxas de juros de 6% das cadernetas de poupança. Pensando nos gastos com energia elétrica, se a economia for de 25% na conta mensal, nos mesmos cinco anos, seria possível acumular na poupança R$ 740,00.
Além do mais, diminuir o desperdício e usar a água de maneira mais eficiente também ajuda a poupar energia, uma vez que o bombeamento, tratamento e distribuição da água requerem energia a cada etapa.
Por tudo isso, é tão importante repensar nossa relação com o consumo. Adote sempre que possível as novas tecnologias disponíveis no mercado, mas não deixe de avaliar sempre os impactos dos seus atos, seja na compra de bens materiais ou na utilização de recursos da natureza.

Fonte: Envolverde / Instituto Akatu.

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