O primeiro teste já veio e o resultado foi ruim. As companhias listadas no Novo Mercado, que estrearam em meio à explosão das aberturas de capital, foram as mais ausentes no processo de seleção para formação do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Os administradores dessas sociedades mostraram que, neste momento, o tema não é prioritário.
Ricardo Nogueira, superintendente de operações da Bolsa de Valores de São Paulo, informou que ficou em apenas 30% o percentual das novatas que responderam ao questionário para definição do ISE, enquanto a média geral das demais companhias foi o dobro, 60%. Segundo ele, as recém-chegadas aparentemente estão ocupadas demais com a papelada exigida das companhias abertas para pensar em outra coisa.
Ocorre agora em novembro a definição das companhias que formarão o indicador de sustentabilidade, criado pela bolsa paulista em 2005. Será a 3ª carteira do ISE. A expectativa é que a divulgação ocorra na última semana deste mês, para que o portfólio revisado passe a ser usado como referência já a partir de dezembro. O indicador é feito a partir de uma seleção dentre as empresas emissoras das 150 ações mais líquidas do mercado, com base nas respostas apresentadas num extenso questionário, com mais de 100 perguntas.
Nogueira afirmou ainda que também não será desta vez que o índice alcançará a quantidade potencial de companhias participantes. A Bovespa limitou a 40 o número de companhias no ISE, para que houvesse competição entre elas e, com isso, a contínua evolução dos processos de administração. No entanto, sequer foi possível chegar a esse total. Na primeira edição, 28 empresas compuseram o ISE e, no ano passado, esse número subiu para 34.
O executivo da bolsa apresentou os números durante painel no 8º Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), que elegeu o tema da sustentabilidade como prioridade para os debates deste ano. Pedro Bastos, presidente do HSBC Investment Banking, que também participou do debate, alertou os administradores: "As instituições estão formando pessoal capaz de avaliar o tema. É preciso estar preparado para conviver com essa realidade".
Ele contou que, neste ano, os trabalhos de formação de liderança do banco tomaram o tema como base. Foram formados seis grupos, com cerca de 10 pessoas cada, para resolver questões sócio-ambientais. A sua equipe atuou na cidade paranaense de Guaraqueçaba, com a finalidade de permitir a convivência entre a exploração do turismo e a preservação ambiental.
O banco administra no mundo todo fundos com patrimônio de US$ 1,5 bilhão dedicados à companhias com boas práticas ligadas à sustentabilidade. No Brasil, as carteiras com esse foco saltaram de um volume gerido de US$ 100 milhões, há dois anos, para US$ 600 milhões, aproximadamente, neste ano. Em breve, informou, um novo fundo com esse foco deve ser lançado no país.
Bastos explicou que a preferência por essas companhias vem da crença que, no longo prazo, haverá diferenciação de retorno, apesar disso não ser perceptível no curto prazo e também não estar presente nas conclusões de estudos acadêmicos da questão. "Acreditamos que há um viés de qualidade de gestão maior nessas empresas. Pensamos que elas se destacam em controle de risco e inovação."
Fábio Barbosa, presidente do ABN Amro Real, destacou que a gestão eficiente de uma empresa, do ponto de vista sustentável, exige que não haja nenhuma dúvida entre os administradores a respeito do retorno embutido em iniciativas com esse foco. "É um falso dilema acreditar que é preciso escolher entre a sustentabilidade e o retorno financeiro", disse.
Na visão do executivo, os departamentos das empresas ligadas à sustentabilidade precisam desaparecer no futuro. "É como qualidade. No começo, as companhias tinham uma área para buscá-la. Hoje, já não há dúvida de que ela é obrigatória e deve estar presente em todo o processo produtivo, seja industrial ou de serviço."
Ricardo Nogueira, superintendente de operações da Bolsa de Valores de São Paulo, informou que ficou em apenas 30% o percentual das novatas que responderam ao questionário para definição do ISE, enquanto a média geral das demais companhias foi o dobro, 60%. Segundo ele, as recém-chegadas aparentemente estão ocupadas demais com a papelada exigida das companhias abertas para pensar em outra coisa.
Ocorre agora em novembro a definição das companhias que formarão o indicador de sustentabilidade, criado pela bolsa paulista em 2005. Será a 3ª carteira do ISE. A expectativa é que a divulgação ocorra na última semana deste mês, para que o portfólio revisado passe a ser usado como referência já a partir de dezembro. O indicador é feito a partir de uma seleção dentre as empresas emissoras das 150 ações mais líquidas do mercado, com base nas respostas apresentadas num extenso questionário, com mais de 100 perguntas.
Nogueira afirmou ainda que também não será desta vez que o índice alcançará a quantidade potencial de companhias participantes. A Bovespa limitou a 40 o número de companhias no ISE, para que houvesse competição entre elas e, com isso, a contínua evolução dos processos de administração. No entanto, sequer foi possível chegar a esse total. Na primeira edição, 28 empresas compuseram o ISE e, no ano passado, esse número subiu para 34.
O executivo da bolsa apresentou os números durante painel no 8º Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), que elegeu o tema da sustentabilidade como prioridade para os debates deste ano. Pedro Bastos, presidente do HSBC Investment Banking, que também participou do debate, alertou os administradores: "As instituições estão formando pessoal capaz de avaliar o tema. É preciso estar preparado para conviver com essa realidade".
Ele contou que, neste ano, os trabalhos de formação de liderança do banco tomaram o tema como base. Foram formados seis grupos, com cerca de 10 pessoas cada, para resolver questões sócio-ambientais. A sua equipe atuou na cidade paranaense de Guaraqueçaba, com a finalidade de permitir a convivência entre a exploração do turismo e a preservação ambiental.
O banco administra no mundo todo fundos com patrimônio de US$ 1,5 bilhão dedicados à companhias com boas práticas ligadas à sustentabilidade. No Brasil, as carteiras com esse foco saltaram de um volume gerido de US$ 100 milhões, há dois anos, para US$ 600 milhões, aproximadamente, neste ano. Em breve, informou, um novo fundo com esse foco deve ser lançado no país.
Bastos explicou que a preferência por essas companhias vem da crença que, no longo prazo, haverá diferenciação de retorno, apesar disso não ser perceptível no curto prazo e também não estar presente nas conclusões de estudos acadêmicos da questão. "Acreditamos que há um viés de qualidade de gestão maior nessas empresas. Pensamos que elas se destacam em controle de risco e inovação."
Fábio Barbosa, presidente do ABN Amro Real, destacou que a gestão eficiente de uma empresa, do ponto de vista sustentável, exige que não haja nenhuma dúvida entre os administradores a respeito do retorno embutido em iniciativas com esse foco. "É um falso dilema acreditar que é preciso escolher entre a sustentabilidade e o retorno financeiro", disse.
Na visão do executivo, os departamentos das empresas ligadas à sustentabilidade precisam desaparecer no futuro. "É como qualidade. No começo, as companhias tinham uma área para buscá-la. Hoje, já não há dúvida de que ela é obrigatória e deve estar presente em todo o processo produtivo, seja industrial ou de serviço."
Fonte: Celulose Online / Valor Econômico.
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