quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Para comissão climática da UE, China resiste a acordo para reduzir emissões

Enviados europeus afirmam que país quer continuar sem obrigações climáticas. Resistência chinesa, indiana e brasileira é um dos entraves a novo acordo global.

O presidente da comissão sobre mudança climática do Parlamento Europeu (PE), o italiano Guido Sacconi, disse hoje em Pequim que o governo da China mantém sua resistência a um acordo sobre a redução de emissões de gases do efeito estufa após o fim do Protocolo de Kyoto.
"Nos encontros, constatamos algumas diferenças e não houve uma sintonia perfeita. A principal discordância é que a parte chinesa não considera possível um acordo posterior a Kyoto no qual aceite compromissos obrigatórios" sobre a redução de emissões, afirmou Sacconi em declarações à imprensa em Pequim.
O presidente da comissão realizou uma visita de dois dias à China, dentro dos preparativos para a Convenção sobre Mudança Climática das Nações Unidas, em dezembro em Bali, para começar a discutir a possibilidade de um tratado posterior ao de Kyoto, que expira em 2012.
O governo chinês defende a manutenção do modelo do Protocolo, pelo qual os países em desenvolvimento não são obrigados a reduzir suas emissões. De acordo com Sacconi, a maior dificuldade para estabelecer um acordo posterior ao Protocolo de Kyoto é conseguir que grandes potências como os Estados Unidos aceitem metas obrigatórias com a redução de emissões.
A visita também teve a presença de outros integrantes da comissão, como os deputados Anne Laperrouze, Barbara De Brun e Vincenzo Lavarra. Laperrouze disse que uma das grandes discussões em Bali será delimitar se a China, quarta potência econômica do planeta, continua sendo ou não um país em desenvolvimento.
Apesar de o governo chinês ter deixado claro nos encontros com a comissão que não aceitará obrigações a respeito das emissões, ocorreram "indicações de que poderia aceitar outros compromissos nas negociações de Bali", segundo De Brun.
"Acredito que durante as negociações sairá uma aliança entre as partes (China e União Européia)", disse Sacconi, acrescentando que o bloco europeu não quer "bloquear" o desenvolvimento de países como a China, mas favorecer um desenvolvimento que supere "os erros passados", entre eles um sistema de transporte baseado no veículo particular.

Fonte: G1

Nenhum comentário: